Da convivência e da solidão
No seu nascimento, o homem está só. E só estará, no instante em que mais uma vez deixar este mundo.
Que me perdoem, portanto, os poetas e aqueles que pregam a necessidade das companhias. Porque, se as presenças confortam, é na solidão que encontramos a nós mesmos.
Entretanto, é às companhias que devemos buscar; porque a solidão sempre nos encontrará. Com ela, apenas precisamos saber conviver.
Para ouvir a sua voz e aprender os seus ensinamentos. Porque só assim ouviremos a voz do nosso verdadeiro Eu; e aprenderemos os seus ensinamentos.
Pois é apenas dentro de nós, que nos fala o Universo; e a Sua voz não ecoa em nossos ouvidos, mas em nossos corações.
Como o porto é necessário, para que a embarcação se recupere das agruras da viagem, assim a solidão é o porto seguro, onde pode repousar o nosso verdadeiro Eu.
E, entretanto, é por temer a solidão que muita vezes o homem se perde entre as más companhias; ou busca o universo ilusório das drogas.
Como pode alguém conviver entre os outros, se não consegue viver consigo mesmo?
E, entretanto, muitas vezes buscamos a convivência mundana apenas para não estarmos sós. Ou as conversas triviais, apenas para sufocar a voz do nosso verdadeiro Eu.
Necessitamos de ouvintes; porque ninguém acredita nas próprias verdades, a menos que outrem as repita. E necessitamos de aplausos, porque não acreditamos em nós mesmos.
É pelas opiniões alheias, que nos acostumamos a julgar as nossas próprias opiniões. É ao julgamento alheio, que submetemos as nossas atitudes e até mesmo os nossos pensamentos.
Pelos padrões alheios, questionamos os nossos próprios padrões. E até dos nossos sentimentos duvidamos, se não são aprovados pelos que nos cercam.
Não percebemos que, assim, prostituímos o nosso verdadeiro Eu; que fazemos submergir a sua voz, no oceano de dúvidas que se agita à nossa volta. E multiplica as nossas próprias dúvidas.
Vivemos para o mundo, quando deveríamos viver para nós mesmos. Pois só quem está completo pode dar mais de si próprio.
Só aquele que se ama, pode amar verdadeiramente a outrem; e só quem venceu as suas próprias angústias, pode trazer paz àqueles que sofrem.
É por isto que nascemos e morremos sós. E, entretanto, não conseguimos aprender esta simples lição.
Pois cada homem continua a viver para o mundo, esquecido de que partirá só.
Com o seu verdadeiro Eu.
19 Comments:
Flávio, parabéns pela iniciativa de voltar com esse blog. Eu sempre digo, que o mundo precisa conhecer a palavra de Hassan.
É complicado falar sobre solidão. Muitas vezes, mesmo estando acompanhados, continuamos a senti-la.
A grande maioria das pessoas, não está preparada, espiritualmente, para esse despreendimento do mundo.
Lindo texto! Parabéns! Só alguém iluminado seria capaz de escrever com tanta propriedade sobre sentimentos.
Beijos,
Flávio, sabia que ia gostar daqui!!! Sobre ficar sozinho, essa é uma necessidade que eu tenho quase biológica!! rsrsrs Hoje, com pensamentos tão diferentes sobre as coisas, em todos os lugares onde eu possa estar, essa solidão pacífica me ajuda muito!! É nela onde encontro minhas impressões sobre a vida, nos mais diferentes aspectos. Em janeiro de 2002, fiquei isolada durante 30 dias, sem dizer uma palavra. Criatura, até os sons ganham novo significado!! É absolutamente e totalmente incrível!! E fiquei pensando que, se, até hoje, nunca senti solidão, deve ser por causa da riqueza que encontrei no meu interior. Riqueza que todas as pessoas possuem!!TODAS!! Beijinhos!
Oi Flavio!
Adorei o blog e o texto. Parabéns.
Realmente é uma lição que teimamos em não aprender.
beijos querido,
linto texto realmente vc mandou bem.
Enoísa, bem definido! Pra mim, tb, é quase uma necessidade biológica. A solidão é necessária, para mergulharmos em nós mesmos. ;) Bjs, bom fds
Tina, calculei que vc fosse gostar, sim. Brigado pela visita e volte sempre, viu? Bjs, bom fds
Lindo texto.
Feliz dia das mães pra sua mãe, por ter uma filho como vc.
Big Beijos
Brigado, Cris. Opiniões assim nos incentivam, viu ;) Bjs, bom fds
Olhos doces, brigado pela força. Vamos ver no que dá,né? :) Bjs, bom fds
Lulu, brigadão, viu? Mas, sem ser aquela piada, vc precisa ver os outros! :) Bjs, bom fds
Flávio, todos nós partiremos desse mundo sozinhos, mas levremos em nosso espírito os sentimentos, as emoções e principalmente o amor, pois esse é eterno e com certeza, em outras vidas voltaremos a encontrá-lo e saberemos reconhecê-lo.
Beijos
Olhos doces, sem dúvida esse é um belo pensamento!... Bjs, boa semana
Poizé, eu as vezes me sinto invadida com tanta gente por perto. Por outro lado não sinto solidão mesmo estando sozinha, é até uma graça, poder me concentrar em meus pensamentos sem ser interrompida. Mas não é dessa solidão que fala. Fala daquela solidão maior, que no fundo, no fundo é o medo de morrer.
Boa semana! Beijus
Por aí, Luma. O maior antídoto contra a solidão, com certeza, é uma vida interior intensa... qt ao medo da morte, sempre tememos o desconhecido, não é? Bjs, boa semana!
hoje consegui ler com mais calma seu texto e ,confesso que ele mexeu muito com meu outro eu,me fez verv coisas boas pena que só agora fui ler com atenção o que seu texto quiz falar,não que eu não tinha lido no outro comentario,mas é que naquele outro dia eu estava afrente do blog presente so de corpo pois o pensamento andava longe,desculpe-me mais precisava ser sincera.bom fds.
Cris, é por aí... e isto às vezes acontece, sim; ficamos divididos. Não esquente! :) Bjs, bom fds
Oi Flávio!
Eu voltei... mas cadê o Arabe "renovado" ? rs Você esqueceu dele...
beijos querido, e saudades do Arabe!
Tinão, não esquenta. Já renovei,sim... mas em novo endereço! :) Bjs
Só pra dizer que passei por aqui.
Beijos
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