HASSAN, O ÁRABE

Para Hassan, meu amigo invisível, que resolveu fazer-me portador das suas palavras. Espero que elas possam iluminar os nossos caminhos, guiando-nos em direção a uma vida melhor...

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Location: Salvador, Bahia, Brazil

Friday, May 12, 2006

O MUNDO DO VERDADEIRO EU


Como o vagalhão impetuoso, que avança sobre a praia e a tudo destrói na sua passagem.

Como o fogaréu que se alastra pela mata e ao qual nada sobrevive, senão a terra calcinada.

Assim são as paixões violentas, em nossa alma.

Porque é certo que o ciúme enlouquece a mais sensata das pessoas; como o invejoso será sempre o mais pobre dos homens, não importando tudo aquilo que possua.

Como um mundo, é o nosso verdadeiro Eu.

Pois nele existem vales tranqüilos, nos quais pode repousar o nosso ser. Mas existem, também, montanhas escarpadas e precipícios sem fundo, onde nos lança a nossa inquietude.

Nada pode ser mais difícil, do que escolher a rota a ser seguida; e, entretanto, é este o único caminho para a felicidade.

É na verdade, que encontramos o destemor; porque a mentira, apenas proferida, nos torna reféns do medo de vê-la descoberta.

É na confiança naqueles a quem amamos, que encontramos a paz. Porque ninguém atravessará o abismo da solidão, se não confiar na ponte que é o amor. Com efeito, é melhor não amar do que não confiar no ser amado.

É no desapego, que encontramos a liberdade. Porque aquele que vive para as suas posses, da própria cupidez se torna escravo.

É ao não julgar os outros, que perdoamos a nós mesmos. Porque, muitas vezes, os erros que neles apontamos serão por nós cometidos no futuro; quanto mais ácida a crítica, nela mais se oculta a voz da inveja.

Como os pássaros deveríamos fazer, e buscar sempre o céu da nossa alma; pois assim desfrutaríamos do calor do sol, do frescor da brisa e do perfume das flores. E colorida seria a nossa vida.

Entretanto, é como as toupeiras que mais nos comportamos. Como se ávidos estivéssemos para explorar os nossos túneis mais ocultos, onde nada poderemos encontrar senão as trevas do sofrimento.

É assim que somos, desde o início dos tempos.

Perdidos de nós mesmos...

un affair to remember.mid